Doenças autoimunes da tireoide: diagnóstico e tratamento
- laura lins
- 19 de mar.
- 3 min de leitura
As doenças autoimunes da tireoide são condições nas quais o sistema imunológico, por razões ainda não totalmente esclarecidas, ataca erroneamente a glândula tireoide. Esse ataque pode levar a dois quadros distintos: o hipotireoidismo, observado na tireoidite de Hashimoto, e o hipertireoidismo, característico da doença de Graves.
Cada uma dessas condições afeta o organismo de maneiras diferentes e requer um tratamento específico. Mas como identificar essas doenças? E, principalmente, como tratá-las de maneira eficaz?
Principais doenças autoimunes da tireoide
· Tireoidite de Hashimoto: o silêncio que desgasta
A tireoidite de Hashimoto é a principal causa de hipotireoidismo e muitas vezes se desenvolve de forma silenciosa. O sistema imunológico ataca a tireoide, levando à destruição progressiva da glândula e à redução na produção dos hormônios T3 e T4.
Os sintomas incluem cansaço excessivo, ganho de peso inexplicável, pele seca, queda de cabelo e depressão. No início, essas manifestações podem ser sutis, levando muitos pacientes a não perceberem a progressão da doença. Com o tempo, no entanto, os sintomas tendem a se intensificar, podendo resultar em complicações como problemas cardiovasculares, alterações na memória e até mesmo impactos na saúde mental, como ansiedade e depressão mais severas.
O diagnóstico é feito por exames de sangue que avaliam os níveis de TSH, T4 e a presença de anticorpos anti-TPO.
· Doença de Graves: quando a tireoide acelera
Já a doença de Graves é caracterizada pelo excesso de hormônios tireoidianos no organismo, o que pode causar sintomas como emagrecimento rápido, insônia, palpitações, olhos saltados e aumento do volume da glândula (bócio).
Seu diagnóstico também se baseia em exames laboratoriais e na presença do anticorpo TRAb, responsável por estimular excessivamente a tireoide.
Diagnóstico das doenças autoimunes da tireoide
O primeiro passo para identificar uma doença autoimune da tireoide é prestar atenção aos sinais que o corpo dá. Muitas pessoas passam anos sentindo fadiga, oscilações de peso e alterações de humor sem suspeitar de que a causa pode estar na tireoide.
Os exames laboratoriais são essenciais para um diagnóstico preciso, mas a avaliação clínica também desempenha um papel fundamental. O endocrinologista analisa sintomas, histórico familiar e fatores de risco para interpretar corretamente os resultados laboratoriais.
Além disso, sinais físicos como variações na textura da pele, queda de cabelo e alterações no ritmo cardíaco podem fornecer pistas importantes sobre a condição do paciente, garantindo um diagnóstico mais completo e preciso. Além dos níveis hormonais de TSH, T3 e T4, a dosagem de anticorpos específicos (anti-TPO, anti-Tg e TRAb) auxilia na confirmação do problema. Em alguns casos, a ultrassonografia da tireoide também é solicitada para avaliar alterações estruturais na glândula.
Tratamentos disponíveis
· Hipotireoidismo: reposição hormonal para equilibrar o corpo
O tratamento da tireoidite de Hashimoto baseia-se na reposição do hormônio T4 por meio da levotiroxina, um medicamento que deve ser tomado diariamente, preferencialmente em jejum, para garantir uma absorção adequada. A dosagem varia de acordo com a necessidade de cada paciente e deve ser ajustada periodicamente por um endocrinologista.
· Hipertireoidismo: quando a tireoide precisa desacelerar
O tratamento da doença de Graves pode envolver o uso de antitireoidianos, como metimazol e propiltiouracil, que reduzem a produção excessiva de hormônios. Em casos mais graves, a ablação com iodo radioativo é uma opção, levando à destruição parcial ou total da tireoide. Em último caso, a cirurgia de tireoidectomia pode ser recomendada.
Estilo de vida e cuidados complementares
Embora o tratamento médico seja essencial, alguns hábitos saudáveis podem ajudar a melhorar a qualidade de vida de quem tem doenças autoimunes da tireoide:
· Alimentação balanceada: Reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados e priorizar nutrientes essenciais, como selênio, zinco e iodo.
· Redução do estresse: Meditação, atividades físicas e boas noites de sono ajudam a minimizar os efeitos da inflamação crônica.
· Acompanhamento contínuo: O controle periódico com um endocrinologista garante ajustes necessários no tratamento e evita complicações.
Quando procurar um especialista?
Se você tem sintomas como fadiga constante, oscilações de peso inexplicáveis, alterações na pele e no cabelo, palpitações ou problemas emocionais persistentes, pode ser a hora de investigar sua tireoide.
O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações e garantir um tratamento eficaz, prevenindo impactos mais severos na saúde geral. Doenças autoimunes da tireoide são comuns, mas podem ser bem controladas com um acompanhamento adequado.
A Dra. Laura Peixoto Lins é especialista em endocrinologia, metabologia e clínica médica e está preparada para oferecer um diagnóstico preciso e um tratamento personalizado para garantir o seu bem-estar.
Agende sua consulta e cuide da sua saúde tireoidiana!
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